domingo, 30 de maio de 2010

A pequena aldeia...


A pequena aldeia onde passava o Natal, com pais, avós , tios, primos, primas... chegávamos a ser uns 30 à mesa. Um vento frio vindo da montanha, lá do alto, cheia de neve. As paredes de pedra grossa e a lareira sempre fumegante, única forma de aquecimento para além do gorro, luvas e cachecol. No Verão era bem diferente, um calor insuportável onde a sesta era obrigatória, como também as idas ao rio Zêzere. As noites eram agitadas, desde de muito pequena, grupos de crianças juntavam-se, jogávamos às escondidas até à meia-noite, até os nossos pais nos chamarem. Já mais velhos (adolescentes, ou melhor pré-adolescentes),já íamos ao bar/esplanada e jogávamos matraquilhos e às cartas toda a noite. O largo da igreja sempre foi o ponto de encontro, principalmente à saída da missa das 12h ao Domingo, onde todos os habitantes vestiam o melhor fato. O sino da igreja continua a tocar de 15 em 15 minutos, ou então a memória pesa sobre a minha audição actual. Ainda me lembro, a minha avó tinha a casa no largo da igreja e o toque da família era 3 toques de seguida, para se abrir a porta sem ter que se ir à janela ver quem era. Caso fosse apenas 1, abria-se a porta da varanda e perguntava-se para a rua, quem é? A verdade seja dita, não sinto nenhuma ligação especial com esta pequena aldeia, mas tenho boas recordações da minha infância aqui. Em breve com certeza venho cá passar uns dias. Agora a chuva cai fininha e intensa, o cheiro agradável da terra molhada, passarinhos aconchegam-se nos telhados a chilrear. A praça deserta. O nevoeiro da serra vai descendo até aos telhados mais altos.

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