terça-feira, 29 de setembro de 2009

Lisboa...

Gosto de passear por Lisboa e cada dia usar diferentes lentes de óculos...
Há dias de lentes cor de rosa, azul, brancas, pretas, opacas, amarelas, verdes, vermelhas...
E em cada dia capto sensações muito diferentes...
Há dias em que olho para Lisboa como uma cidade nostálgica, sinto todas as pessoas com aquele peso nos ombros, com uma cara fechada, as ruas escuras, onde até as pedras da calçada cantam um fado baixinho e sentido... na eterna espera de algo, na eterna espera de uma mudança, na eterna saudade de D. Sebastião, quiçá...
Outros dias vejo e sinto Lisboa aberta, liberta, clara, com as pessoas agitadas e energéticas, faladoras, sorridentes, uma Lisboa movimentada e alegre... cosmopolita, uma verdadeira capital europeia, cheia de coisas a acontecerem...
Outros dias vejo uma cidade perdida e triste, onde apenas os turistas conseguem sentir uma Lisboa alegre e bonita, onde a própria cidade se sente pesada de tanto caos político-social, de tanta discrepância entre as camadas sociais, de um conformismo contínuo e de uma apatia que se pega...
Outros dias vejo Lisboa criança, uma cidade que acabou de nascer e está a aprender a caminhar, com passinhos de bebé, cheia de confiança, crente de um crescimento saudável... tão sonhadora!!
Há outros dias que gosto de levar os opacos, em que não vejo muito e sinto a quase 100%, tudo o que a cidade me der: os cheiros, os sons...
Tudo isto quando subo e desço a minha rua...

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